O Carrefour assume o compromisso de não comercializar nenhuma carne proveniente do Mercosul”, disse Alexandre Bompard, CEO global do Carrefour
CEO global do grupo Carrefour, Alexandre Bompard conseguiu unir os brasileiros como há muito não se via. O executivo francês, no último dia 20, disse que a rede não compraria mais carne do Mercosul. Para justificar a medida, disse que os produtos da região não atendem “às exigências e às normas francesas”. Fez isso em apoio aos agricultores franceses que são contra o Acordo Comercial de Livre-Comércio entre a União Europeia e o bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A declaração gerou forte reação do governo brasileiro, especialmente do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que repudiou a fala, destacando o rigor e a qualidade da produção agropecuária brasileira, reconhecida por padrões internacionais há mais de 40 anos.
A decisão do Carrefour foi criticada como sendo protecionista, possivelmente ligada à pressão interna francesa contra o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Em resposta, frigoríficos brasileiros chegaram a interromper o fornecimento de carne ao Carrefour Brasil, e movimentos de boicote surgiram em setores como hotéis e restaurantes.
Rapidamente o boicote surtiu efeito com mais de 150 lojas da rede no Brasil sendo afetadas, com prateleiras vazias de carne.
O que surpreende é a falta de visão estratégica de uma declaração como essa, considerando não só o mercado brasileiro mas de todo Mercosul, ou seja, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
O Carrefour publicou um pedido de desculpas, esclarecendo que a decisão se aplicaria apenas às lojas francesas, mas o episódio provocou tensões no comércio internacional e reações contundentes do setor agropecuário brasileiro. A polêmica ressalta questões delicadas sobre comércio global, sustentabilidade e política agrícola.
Depois dessa, você já pode substituir a expressão “tiro no pé” por “dei uma de carrefour”.